sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Chuva Ácida em Cubatão - SP


Foi só mais um problema causado pela instalação do complexo de indústrias instaladas na cidade. O “laboratório químico” começou a ser instalado a partir da década de 50, no governo JK, devido a excelente localização, a cidade ficava próxima da capital São Paulo e do Porto de Santos. As inúmeras indústrias siderúrgicas e de fertilizantes liberaram à atmosfera enorme quantidade de gases e material particulado, estima-se era emitido cerca de 126 mil toneladas destes materiais por dia, além disso, emitia materiais partículas maiores.
No momento em que esses materiais são lançados, eles alteram as propriedades da atmosfera, reagindo com o vapor d´ água acabam precipitando na região e também em demais localidades, pois o material poluente pode ser transportado pela ação dos ventos. As substâncias poluentes não são perigosas apenas por si mesmas, mas tendem a se combinar e se reorganizar, dependendo das condições de umidade do ar e outros fatores. O resultado é um verdadeiro laboratório químico ao natural, onde podem formar-se substâncias ainda mais perigosas que as originais. Em termos de quantidade, o pior poluente em Cubatão são os óxidos de enxofre, cujas moléculas são formadas por átomos de oxigênio e de enxofre. Combinando-se com a umidade da atmosfera, isto é, com o hidrogênio da água, eles transformam-se em ácido sulfúrico. O ácido sulfúrico condensa-se na atmosfera e cai sob a forma de "chuva que queima", muito conhecida dos moradores de Cubatão.
As alterações nesse mesoclima resultaram em distúrbios em todo o ecossistema da região, como a acidificação do solo, contaminação da água e etc. A poluição enreda-se de maneira profunda e sutil por toda a cadeia ecológica, um poluente passa da água ou do ar para as plantas e para os animais e daí para o homem.
Todo o complexo regime climático da região sofre grandes impactos, com alterações entre as trocas de energia entre superfície e atmosfera, água e energia, capacidade de absorção e reflexão, remoção de cobertura vegetal.
Este tipo de poluição causa grandes danos a todos seres vivos, inclusive causando grandes danos à saúde humana, como problemas respiratórios, câncer, tumores, anencefalias, grande mortalidade infantil. Nesta região ocorre um fenômeno muito grave, a morte na floresta Atlântica que recobre a serra. As árvores de maior porte morrem devido à poluição.

O Programa de Controle da Poluição Ambiental em Cubatão foi iniciado em julho de 1983, com o objetivo de fazer um completo levantamento da situação das 23 indústrias do Pólo Petroquímico. Esse trabalho demandou cerca de quatro meses, mostrando que as 320 fontes de poluição existentes nas 110 plantas industriais das 23 empresas de Cubatão faziam da Vila Parisi, onde viviam 4 mil dos 80 mil habitantes do município, um dos lugares mais poluídos do mundo. Ao final do programa, em abril de 1994, a Cetesb logrou controlar 91% das fontes de poluição autuadas. Mas hoje ainda é muito grande a poluição, Cubatão está entre 30 cidades mais poluídas do mundo.


Trabalhadores da Vila Parisi, conhecida como "Vale da Morte"


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